tag:blogger.com,1999:blog-71118967852648921712023-11-15T23:32:55.002-08:00BarrigudaLudmilahttp://www.blogger.com/profile/11721074062884153834noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7111896785264892171.post-44716444579472990102013-10-28T08:12:00.000-07:002013-10-28T11:23:55.798-07:00A filha da minha mãe e eu.<div style="text-align: justify;">
Tirei o título dessa postagem de um livro que li meses atrás.. olhando pra trás vejo que ter comprado esse livro foi um dos meus primeiros passos rumo a maternidade. Eu amo ler, comprar livros pra mim não é novidade, mas quando me deparei com a sinopse desse livro, algo dentro de mim se identificou totalmente...</div>
<div style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0.901961); color: #8a3021; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 16.363636016845703px; text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
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<i>(...)Quando vi as duas listras azuis no teste de gravidez, tive uma certeza: preciso me sentir filha antes de me tornar mãe. Porque uma parte da minha alegria era inventada e, a outra, não era minha.(...)</i></div>
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<i><br /></i></div>
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E é exatamente assim comigo. </div>
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Esse é meu primeiro post nesse blog que pretende ser meu diário como (futura) mãe e nada melhor que me apresentar, no entanto, mais que dizer que me chamo Ludmila, tenho 27 anos - até dia 21 do mês que vem, sou casada há 1 ano com o Marcos, o japonês mais lindo do mundo, sou servidora pública, moro em Brasília, adoro chocolate, pipoca e manga verde; preciso dizer que não conseguiria me construir como mãe sem primeiro me entender como filha, como a filha da minhã mãe.</div>
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Assim como no livro, existem duas Ludmilas: a filha da minha mãe e eu. E sim, eu sou as duas!</div>
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Minha relação com minha mãe é tão complexa que eu não sei se conseguirei me fazer entender... é de um amor imenso, de culpa, de dor, de lágrimas e de sorrisos... é da presença constante de uma falta, é de cuidado e de compaixão.</div>
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Minha mãe foi absurdamente carinhosa comigo, e absurdamente ausente também... foi meiga e relapsa, foi incentivadora e distante... como explicar? Não sei, mas sei que agora que quero ser mãe eu começo vê-la com outros olhos... com quais? Não sei.</div>
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Eu demorei - e ainda estou nesse processo - a me ver como "eu mesma" e não como a filha da minha mãe. Deve estar confuso para vocês entenderem, isso tem gerado anos de análise... mas o fato é que minha ligação com minha mãe é assim mesmo, simplesmente confusa!</div>
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Vou tentar ser didática, explicar algumas coisas... minha infância foi relativamente comum até meus 5 anos de idade, quando meu pai cometeu suicídio, deixando minha mãe viúva aos 27 anos e com duas filhas (minha irmã Lory com 8 anos e eu com 5). Minha mãe surtou, passando de uma depressão profunda para curtir a vida adoidado como se não houvesse amanhã, nisso ela se tornou alcoólatra e por aí vocês já podem imaginar minha infância.</div>
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Minha mãe bebia muito, ficava longe de casa, se envolvia em relacionamentos desastrosos, não tinha responsabilidades... e quando estava em casa me colocava pra dormir com cafuné na cabeça e nas costas, fazia bolo nega maluca e leite com Nescau pra mim, contava histórias, brincava e dengava... Minha mãe não me batia, minha mãe sempre me dizia que eu conseguiria tudo a que me propusesse, minha mãe me dizia que me amava e me beijava. E minha mãe gastava todo o dinheiro da nossa pensão com bebidas, e me deixava doente com minha avó cuidando, saia para buscar remédio e não voltava mais, nunca me perguntou aonde eu ia, nem quando chegava, nem me chamou pra tomar banho ou almoçar, nunca se preocupou com quem eu andava, nem com o que eu comia. E eu nunca dei trabalho. Passei para uma universidade federal aos 17 anos, sempre trabalhei, estudei, não bebia, nem fumava, drogas menos ainda, namorei sempre caras legais... a filha perfeita por fora, mas vazia por dentro. </div>
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Durante muitos anos eu me concentrei nesse vazio, nessa falta, na negligência da minha mãe, nas consequências - terríveis - disso tudo. Coisas que até hoje eu carrego. E toda minha vida foi baseada nessa sensação de desamparo, de não ter alguém para cuidar de mim... e ao mesmo tempo com carinho... difícil mesmo de explicar, eu sei.</div>
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Alguns anos de vida, de terapia e de experiências... hoje me vejo querendo ser mãe. E o que isso muda ? Muda tudo, mas não sei como.</div>
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Hoje eu sou mais eu que a filha da minha mãe, hoje consigo ver que tudo que eu passei me fizeram ser quem sou, para o bem e pra o que não gosto, e o saldo no fim das contas é positivo... </div>
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Sei que minha mãe me ama, me ama do jeito dela e me ama como sou, e isso basta.</div>
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Ainda tenho medo de ser mãe, muitos medos... mas isso será assunto para outro post! </div>
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Essa apresentação já está grande demais...</div>
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Falei, falei, falei e chego ao mesmo lugar, minha mãe é minha maior inspiração e meu maior medo... com base nela eu sei o que quero ser e o que não... estranhamente simples assim.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl5HPotvzXIZYLDqIO3IMr2OJCJF4cvb3AtTmHCYXlvnjeK5QWOmwacktMjlRi1ZXUarB4HE5fixL13ffAX5l0F-2J3AMNP176LNuxZb_iOm9SutjLPTetgzYp-dGrnszLbWZtGc83Tw85/s1600/m%C3%A3e.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl5HPotvzXIZYLDqIO3IMr2OJCJF4cvb3AtTmHCYXlvnjeK5QWOmwacktMjlRi1ZXUarB4HE5fixL13ffAX5l0F-2J3AMNP176LNuxZb_iOm9SutjLPTetgzYp-dGrnszLbWZtGc83Tw85/s320/m%C3%A3e.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A filha da minha mãe e ela!</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGYr1Nl8WPBSSUhzY5Vxk7R4Uo_CnuF5hxoqW_8IwXkuJgaR4-_qKcUutbBRBNTqld2-3qUtFZlaFdSuabSUH50xpAFKhrgl9tBlb2nl5KKanDozEWdRvAYfbcCkreL-c1WDChCy22j2UT/s1600/m%C3%A3e2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGYr1Nl8WPBSSUhzY5Vxk7R4Uo_CnuF5hxoqW_8IwXkuJgaR4-_qKcUutbBRBNTqld2-3qUtFZlaFdSuabSUH50xpAFKhrgl9tBlb2nl5KKanDozEWdRvAYfbcCkreL-c1WDChCy22j2UT/s320/m%C3%A3e2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Minha mãe, meu amor...</td></tr>
</tbody></table>
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PS. Não estranhe se alguma vez eu me referir a minha mãe como TIA. É que eu e minha irmã a chamamos assim: Tia! kkkk! Vai entender....</div>
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<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwbzG2tCTsz03q_qg0eHjkU1ToGspXtMeQkFYZgJ-Auqq5A3vyB56nPb6Nsm8hifW8w-rPkDrITHWhwJTnyhyphenhyphenAsWeu71LNIxwEyBNocjKSJDVmj-AoXT6GH3FmjSyQmzsr6hYeHu9VCI5t/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwbzG2tCTsz03q_qg0eHjkU1ToGspXtMeQkFYZgJ-Auqq5A3vyB56nPb6Nsm8hifW8w-rPkDrITHWhwJTnyhyphenhyphenAsWeu71LNIxwEyBNocjKSJDVmj-AoXT6GH3FmjSyQmzsr6hYeHu9VCI5t/s1600/download.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption">O livro que falei no início!</td></tr>
</tbody></table>
E muito prazer, sejam todas bem vindas ao Barriguda!<br />
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Beijos</div>
<div>
Ludmila</div>
Ludmilahttp://www.blogger.com/profile/11721074062884153834noreply@blogger.com14